
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Estaba morriendo de saudades, mujeres!
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Ai porra que cheguei atrasada!
Estimados telespectadores,
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Queridas Comadres,
Bom, tenho tantas novidades, ui, sabem lá. Também casei ... (já aboliram a pobre da reticência?), bom, mas descasei logo a seguir. Por isso é que não vos avisei, não levem a mal, foram cá coisas minhas e do Fabião, um amor vivido à pressa. Tudo começou depois da Santinha nos ter dado conta que estava de esperanças, comecei com os calores, a roupa a deixar de servir, o peitos já se sabe, incharam, depois vieram os desejos de comer bibelots de porcelana- diz que é da carência mineral (aiiiiiiiiii, desculpa Ulisses), o enjoo ao álcool e pronto, não havia dúvida, achava eu. O Fabião ficou ao rubro com a notícia, pediu-me em casamento e lá fomos ao registo da Rua da Madalena numa simpática manhã de Junho, por alturas do Santo António. Partimos de lua-de-mel, fomos para Cabo Verde, tudo corria como nos filmes da Júlia Roberts quando se apoderou novamente de mim o desejo de beber um copo e os peitos desincharam. Achei estranho. Tive a confirmação ao entrar numa loja de artesanato e não ter a mínima vontade de comer nadinha, está bem que eram madeiras, mas mesmo assim nada me abriu o apetite.
Ora, tudo não passou de uma gravidez psicológica. Deveu-se os calores do Verão, mais as boas novas da Santinha e ainda o Fabião, que se passeava sem camisola de alças sempre que ia lá a casa consertar o frigorífico, tudo isto mexeu por demais comigo. Mas depois, sem a vinda do nosso tesoiro logo nos enjoámos um do outro e tratámos de desfazer o casamento. Mas isto foi passado.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
LFB já faz parte do clube dos casados
O humorista Luís Filipe Borges casou-se hoje em segredo com a actriz São José Correia. Fonte próxima do apresentador confirma o enlace amadrinhado por D. Helena e comenta que "foi amor à primeira vista". De facto a sensual actriz foi uma das convidadas do "5 p/a Meia Noite" de sexta-feira passada e foi o próprio LFB a confessar durante o programa ter conhecido São José Correia naquela noite. LFB e SJC têm estado incontactáveis, provavelmente a gozar a lua-de-mel. A produção do "5 p/ a Meia Noite" já confirmou o súbito casório mas garante que na próxima sexta-feira LFB vai apresentar como sempre o programa, com uma única diferença, agora de aliança no dedo.
5 p/ a Meia-Noite - MEXERICAR, sexta-feira, 14 de Agosto de 2009
terça-feira, 11 de agosto de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
Pós - Fama
terça-feira, 14 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Santos Populares
Cedeu-se a mais um relance ao espelho, antes da última inspecção à malinha de mão.
Chaves, confere.
Porta moedas, confere.
Telemóvel, confere.
Lenços de papel, confere.
Kompensan, confere.
Viu as horas no relógio de pulso, e pensou que tinha de se apressar. As comadres já por lá deviam andar, e as sardinhas, pelo aroma que se sentia no ar, já estavam a assar.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
QUERIDINHO VALÉRIO:
Da antes sempre tua devota, mas agora já não tanto porque me lixastes a vida sex... Ai... Religiosa, Maximina.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Ele há períodos na vida, em que tudo se assemelha a um enorme buraco negro
Maria da Pomba não podia deixar de se sentir feliz pela sua amiga. Estava com o homem que sempre a amou, ainda que em segredo, e esperava o filho há muito desejado.
As restantes comadres tinham ficado espantadas, duvidavam da veracidade das informações, mas ela sabia que era verdade.
Aquele amor da Santinha tinha começado fazia muito, era ela ainda muito moça. Com a vinda para Lisboa, e com a continuação da necessária farsa, veio também a obrigatoriedade de se fazer de mais velha. Muito mais velha. Foi por isso que, inicialmente se juntou àquele divertido grupo de velhas. Pelas tricas do bairro, e para lhes copiar os trajeitos e as posturas. E não fora o extremo poder de observação de Maria da Pomba, e a sua capacidade de ler nas estrelas que ali havia coisa, e a trama jamais teria sido desvendada. Mas Maria da Pomba era mulher honesta e antes de tudo o mais confrontou a recém amiga, que lavada em lágrimas, lhe confidenciou o amor proibido, e as razões macabras que os haviam trazido até ao centro de Alfama. Maria da Pomba desfez-se por dentro com a história interdita da pobre moça, e fez promessa militar que a havia de ajudar. Jurou-lhe segredo, e assim o manteve. Bordou-lhe quase todo o enxoval com motivos de namorados religiosos, prendas que Santinha guardava com extrema cautela no fundo duma velha e pesada arca onde repousava a televisão do quarto.
Por vezes queria apresentar Santinha a uma vida diferente. Ponderara até juntá-la ao Cotovia. Tinha-lhes lido o mapa de compatibilidades, e aquilo era uma união feita nas estrelas. Mas o destino fintou-lhe as ambições.
Era um período triste. De difícil suportar.
Mas agora nada ... nada, mas mesmo nada, a tinham preparado para aquele momento.
Na manhã depois duma estranha tarde passada com a Linda, em que esta lhe insistira tocar todo o seu imenso repertório, com direito a encore com 4 ou 5 êxitos, e uma overdose de pistáchios salgados para melhor aguentar a coisa, aparecera-lhe umas manchas vermelhas pela cara e pelo pescoço. Convencera-se que tinham sido os pistachos em dose maciça, e que o Correia do Posto Médico logo lhe havia de dar indicação duma pomada.
Foi por isso com consternação que ouviu a palavra “varicela”.
Agora encontra-se de cama, em estado febril, onde alucina com o regresso da Santinha a cantar os êxitos da Linda, enquanto a Maximina grita pelo Valério e a Maria de Lurdes procura esconder atrás das costas uma imensa caixa de embrulho. Estranhamente Vanderlei, é a única comadre que se mantém na sua condição normal, a recortar fotos do Filipe de Espanha para o álbum de família.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Linda de Suzi:
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Una crise de Média-Idade
(coitada)
Coisa estranha
Nessa noite estava um calor insuportável. Maria de Lurdes não entendia, tinham anunciado no telejornal que ia chover. A colega apontou no mapa com veemência para a possibilidade de ocorrência de chuva no litoral e neve nas terras altas. Mas ela tinha um calor danado. Coisa mesmo estranha (tão estranha quanto um caixote de papelão, enorme, que estava no seu hall de entrada e não se lembrava de onde tinha vindo…). Apostada no seu suspeito bom senso, rejeitou a hipótese de terem chegado os primeiros afrontamentos. Cruzes, credo. Não podia ser. Ou era do álcool ou era sinal que vinha aí trovoada. Bebeu mais um copo, com gelo. Ao menos refrescava. Só não podia exagerar, não fossem os copos fazê-la passar pelos devaneios dos últimos dias. Agora, a bebida causava-lhe delírios com as suas comadres. Não era grave, pois só lhe dava à noite. Quando fechava os olhos no sofá ou na cama. Uma noite daquelas chegou mesmo a sentir Maximina, deitada a seu lado, em camisa de dormir e com as croques amarelas nos pés, a sussurrar-lhe ao ouvido:
"Chega-se a velha e é isto. Olha, a mim é que não se me hão-de secar as partes... Ai... As orações. E tenho dito. Palavra de Maxi."
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Vamos lá pôr os pontos nos i's!

quarta-feira, 27 de maio de 2009
Carta de despedida
Queridas Comadres,
Escrevo-vos esta carta de despedida com o coração apertado e muitas lágrimas nos olhos. Fujo com o nosso Padre, meu Valério, sim é verdade, Santinha só de nome. Perdi os três há algum tempinho, foi o Valério que me seduziu e também me convenceu a manter a postura de virgem, para o bem comum (não percebi, mas respeitei o pedido).
Resolvemos fugir porque digamos que em breve vai ser difícil disfarçar a vinda do nosso menino (ou menina, ainda não sabemos) ao mundo.
Espero que me perdoem amigas, mas prometo que quando tiver oportunidade, faço-vos uma visita.
Não fiquem tristes, sei que foram entrevistadas por uma tal de menina Gosinho e que agora são famosas. Fico muito feliz, vocês merecem!
Um beijo da sempre vossa
Santinha
O Plano

Maria de Lurdes levantou-se cedo, bebeu um café e foi ao quiosque comprar o jornal e tratar do Euromilhões. Enquanto esperava que o Falcão arrumasse os jornais para o Senhor Doutor e metia dois dedos de conversa com a empregada do autarca, uma eslava com as pernas pouco depiladas, Maria de Lurdes espreitou o expositor das cassetes.
Lá estava ela, de calças e blazer tigresse “Nadie me afrontará “, o maior sucesso do Agosto de 85. Que deslumbrante estava Linda de Suzi! Inebriada com a imagem da sua comadre nem reparou em Falcão, que já tinha aviado os jornais do Senhor Doutor e voltara ao seu estado calhau, de braço esticado, com Euromilhões na mão. Fazia sinais quase imperceptíveis para Maria de Lurdes. Uma coisa de sobrolhos. Ela ainda ponderou perguntar-lhe pela Burda mas acautelou-se, reparou que nesse dia Falcão não estava para brincadeiras. E foi-se embora, a mastigar uma ideia nova que tinha congeminado com as suas comadres.
Um agrado para Maria da Pomba. Segredo.
Tomou conta da parte que lhe fora destinada no sorteio dos papelinhos e foi à papelaria buscar dois rolos de papel de embrulho. Optou por um cor-de-rosa às pintas. Um detalhe que com a sorte das estrelas e a sobreposição dos planetas ia fazer o gosto de Maria da Pomba. Aproveitou e comprou a Burda. E um maço de cigarros estrangeiros. Telefonou a Vanderlei a dizer-lhe que já tinha o papel de embrulho e o caixote do tamanho de um frigorífico, franqueza do Fabião, com três furos no alto, conforme aviso insistente da Maximina, não fosse a coisa correr mal. Vanderlei soltou imensos suspiros, pois adorou o Pink do papel de embrulho. Mas despachou logo Maria de Lurdes porque estava enervadíssimo com a sua parte do plano, tratar do recheio do presente.
Maria de Lurdes também sentiu o nervoso a chegar.
Santinha não dava notícias. Tinham combinado que ela e Maximina, depois da missa das quatro, iam pedir emprestada a carrinha a Valério, a sua estimada, e benta, Datsun. E Maria de Lurdes começava a ficar com sede por causa do stress com o plano.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Cueca a Soldo
Tou que nem posso! Vieram-se-me os calores às frontes que se me derreteu a maquilháge toda até ao umbigo. Porque este jovem, digo-vos, tira-me do sério! Gosto. Não sei que vos diga e sei que já suspeitavam dos meus suspiros enquanto viamos a Tertúlia. Porque ele sabe o que diz. Àquele menino ninguém mete a pata em cima! E isso é de valor.
E tem olho para o negócio. O Calvin não era ninguém até ter pegado no Marky Mark e o pôr de boxer, justiiiiinho, no meio da Grande Maçã que é Nova Iorque - ai milheres, dêem-me ar que só de me lembrar se m'arrepia a espinha e me dá um achaque no peito.
Bom, o claudinho sabe e é com gosto que o vejo a dizer que é fanático pela cueca. Pois que me identifico, porque eu própria, nascida Venderlei, sei a importância dessas peças para o nosso bem-estar. O que eu sofri, ai milheres, quando fiquei sem a minha boxer rosa com um snoope de glitter. Que o glitter dá cor à roupa interior. O Claudinho sabe disso. Ilumina um quarto. Enrubesce um rosto mai novo...
Ai milheres, que já não respiro...
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Maria da Pomba, hoje não dá!
Não consigo.
Já tentei, várias vezes, mas o servidor está indolente como eu, talvez um pouco menos, pois ainda me sussurra ao ouvido “o Internet Explorer não consegue mostrar esta página. Tente outra vez.”
Não tento mais nada.
Hoje quero ficar assim. Embriagada com os meus pensamentos, que já é dose.
Tenham paciência e beatitude.
Maria de Lurdes
p.s. e se me tivesses dado ouvidos com a contratação dos gémeos não estavas a padecer das costas nem com o merdelim dos caniches!
Apelo .... à vossa escassa sanidade mental!
Tanta empolgação com o mordomo, e ofertas para conduzir as entrevistas e até agora ... nada, nicles.
A piscina continua imunda, e eu estou saturada de a tentar limpar. Já para não falar do que tenho de aturar à Santnha e à Maximina, que só nesses dias se lembram de passear os cachorros por aquela parte do terreno. Eu a limpar, elas a passarem, e os bichos a cagarem. Benza a Deus!
Depois há a questão premente dos sanitários. Olha, e tu Vandy, não me venhas com a conversa do bucólico, e mais o raio que te leve para Espanha, porque também já não pega. Aquilo não está em condições, caramba. E digo-o eu que passei pelo exército! É altura de darmos inicio à obra, e ISSO envolve mais contratações de homens (Maxi, põe o dedo para baixo, que não tens estaleca para tanta entrevista, filha!). Mas ò Maria de Lurdes homens para T-R-A-B-A-L-H-A-R, não para estarem toda a tarde na jogatana de Gin-Póquer.
A ver se desta nos entendemos!
Linda, agradeço-te que ponhas uma paragem na tor...tur.., olha que ponhas o travão na rambóia dos concertos e bailaricos, e que regresses mas é ao lar para nos ajudares com este assunto.
Já vi hoje, que está escrito nas estrelas, que esta semana os nossos signos não se cruzam, por isso vocês não me façam rodar a baiana e soltar a Pomba Gira, que é coisa para correr mal!
Façam-me o favor de pôr os olhos na latrina, a que vocês chamam de instalações sanitárias, e a apelarem ao pouco juízo que vos resta, minhas amigas, para arregaçarem as mangas e tratarmos desta ... literal trampa.
Fico a aguardar!

Em novos projectos
Em abono da verdade, Pomba, encontrava-se em dificuldades. A falsa denúncia às finanças, que a haviam obrigado a um período de forte reclusão, e o descrédito junto dos clientes frequentes, estavam a levar-lhe o negócio, e a roulotte, pelas ruas da amargura, que é como quem diz pelo roteiro “Tascas e Bares de Boa Pinga a baixo custo”, gentilmente oferecido por Maria de Lurdes, uma verdadeira connaisseur, e autora deste que é, até à data, o maior bestseller jamais escrito por uma moradora de Alfama. Proeza que aliás havia rendido à sua amiga, a atribuição, em sessão solene, da medalha “Manjerico de Alfama”, facto que deixara todas as Comadres emocionadas e orgulhosas.
Mas última desgraçeira, ocorrera fazia poucos dias, quando numa incursão aos lugares e espaços desta magnifica obra de detalhe e estilo literário, secção “Recomendados”, viu a sua “Guerra das Estrelas” ser apreendida por gandulos vestidos de verde e chapéu de pala, que lhe colocaram nas rodas umas embaraçosas engenhocas, e a cobriram de faixas amarelas, restos, com toda a certeza, da campanha eleitoral dum tal Emel, à freguesia do Bairro Alto. E não fosse o caso de por ali estar a passar o Mané Torto, filho da Esmeralda da frutaria, rapaz dotado em solucionar problemas com fechaduras, e mais ainda este ter consigo no carro quitado, uma gazua novinha a estrear, e hoje lá continuaria, a ver como é que resolvia aquele berbicaço.
O que interessa é que tenha sido por esta sucessão de acontecimentos cósmicos, ou simplesmente porque as portas da mente lhe haviam dado a conhecer um novo patamar de comunicação dos astros. A verdade é que a entrevista da menina Gosinho a tinha contagiado para uma nova etapa de vida.
Maria da Pomba lançou os dados no portátil e aguardou o print que lhe confirmava as expectativas – Era tempo de mudança. De lançar novos projectos. De dar asas ao amor.Sim, era este o melhor momento para lançar a “Guerra das Estrelas” na arte do sentimento maior, o Amor.
Maria da Pomba sentia a vibração interior que lhe já anteriormente servira de presságio ao sucesso, ao retorno em glória. E ela sabia, e x a c t a m e n t e, qual era a comadre, que começaria a dar forma e corpo ao seu novo projecto profissional.
O miúdo estava possuído por Deus!
Pedi ao Valério para parar num café para beber um chá de camomélia a ver se me parava a tremedeira e a azia por causa da orelha que tinha comido ao almoço. Parem com as insistências que esta receita levo comigo para a cova. E se é um regalo. Olaré! Ora, assento-me na única mesa vaga e que tinha uma estátua de um sujeitinho todo magro e com bigodinho. O Valério disse-me baixinho: Aí não Maximina. Aí não. Mas eu bem que fingi que não o ouvi que estava que não podia das varizes a latejarem-se-me todas nos presuntos. E ali ao ar livre é que era mesmo a oportunidade para me descalçar mais um becadito. Se bem pensei melhor o fiz e pimbas que me sentei ao lado do home estátua. Descalcei as croques e massajei os pés, ódepois como sou pessoa de muita higiénica saquei daquelas toilhitas (queridinhas 1,59€ apenas no pinguinho. Já vos disse que lá é que a gente faz as nossas comprinhas com tino.) e limpei-as muito bem límpidas (aprendi este termo e acho lindo) para beber o chá de camomélia. Nesta altura o meu…Ai… O nosso Valério estava assim pró afastado a fingir que não me conhecia, mas eu não me moí com isso que eu sei que aquilo é tudo máscaras que ele põe a fingir-se de importante. É aqui que me aparecem uns queridinhos muito divertidos com cães e a fazer malaberismos ou lá o que era. Aquelas coisas que se fazem nos circos com uns pilões grandes e quê. Chega a uma altura, aproximam-se de mim e esticam-me uma boina. O que é que eu pensei: Tu queres ver Maxi que estes miúdos descobriram que tu no fundo, no fundo és danada para a brincadeira? Olha abalei de entusiasmo pus a boina e dancei como as sevilhanas que ando a aprender com o… Ai porra… Dancei ao jeito dos pauliteiros de Miranda. Assim é que foi. Bati palminhas, dei-lhes umas festinhas e devolvi-lhes a boina que cheirava um becadito mal. Até estou ainda com umas coceiritas na mona. Perguntei-lhes se queriam vir comigo e com o Valério e eles atiraram-me com um pilão o que me pareceu simpático que aquilo dá jeito para pôr a arder na lareira. Despedi-me gritando “Xizinhos queridos! Xizinhos!” e lá segui com o Valério.
Entrámos num prédio muito e muito e muito lindo, toda eu era boca aberta a olhar para cima, a olhar para os lados, muito espantada da minha cabeça. O Valério mandou-me sentar e disse-me que nem pensasse em descalçar as sapatas o que na verdade na altura já não me apetecia. Comecei a ficar acagaçada e a apertar o meu tercinho nas mãos, rezando de mim para mim, uma precezinha que eu cá gosto muito. O que é que sucede? Entra-me por ali um maluquinho coitadinho a correr. Olhem, todo carequinha, cara de bebé, e as calcitas coitadito todas descaídas que não fossem as cuequitas e eu conseguiria ver-lhe o mealheiro. E salta-me para a frente. Filhas comecei a ficar logo aqui muito enervada. Saco do leque para arejar as rosetas e olho para o Valério que me pisca o olho. O moço desata-me numa fúria a falar com mais 7 vozes digo-vos eu. Para cima de dez vozes até quem sabe e eu muito aflita, pensei, ‘tadito está possuído e o Valério veio salvá-lo. Quem sabe beatificam o Valério daqui a um bom par de anos? Estava eu nestas reflexões quando o mocito coitadinho me começa a falar com a voz do Simão Sabrosa. Meninas, não me podia ficar. Saltei para a frente dele decidida eu mesma a expulsar do pobre rapaz esse traidor de meia tigela que me deixa o meu Sporting, para passar para o clube do Demo. Meto-lhe a mão na testa e grito indignada: “Ouve lá ó meu granda badameco, ou sais do miúdo ou arranco-te daí à estalada e acabas os teus dias no Freixieiro. Ouvistes traidor de um cabr…” É aqui que a sala antes numa histeria colectiva em que todos se riam muito, cai em si e vê o que lhes estava a acontecer. Estavam também eles, queridinhas, a ser possuídos pelo génio do mal. Que é que a Maxi fez? Deu cabo dos planos de Satã e acabou ali mesmo, só com meia dúzia de berros, com a brincadeira. O Valério que estava meio aparvalhado põe-se a pedir desculpa às pessoas, ainda estou para saber porquê se as salvei do Demo, amuou comigo e diz que não me leva mais a Lisboa. Não sei se salvei o miúdo, vocês vejam lá se ouvem alguma coisa na telefonia sobre isso, ou na televisão. A graça do menino era Luís Franco Bastos, coitadinho. Espero que alguém o ajude com aquele problema. É que se já não é fácil confiar nos homens, imaginem num destes possuído pelo próprio do chifrudo. Olha sabem o que vos digo, hoje todos se zangaram, amanhã ainda vou ser beatificada. Essa é que é essa. Estou aqui toda arreliada porque amanhã é dia de Sevilhanas…Ai…De danças tradicionais portuguesas e não tenho par. Olhem vou até ali chorar um cadichinho que estou por demais emocionada. Porra.
É verdade vocês sabiam que a Aurélia da Loja Chiqué vai comprar os artigos todos ali à Bagatela do Chiado a 1,80 a peça. Ah pois é, a porca, a cobrar-nos os olhos da cara por aquelas porcarias. Não digam que fui eu que vos disse que lhe prometi segredo, e jurei com beijinhos a cruzar os dedos e tudo. Xizinhos queridas. Desculpem lá o desabafo.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Que linsonjeiro
Ai comadres, estou que nem puedo!
terça-feira, 19 de maio de 2009
E o Globo vai para...a TRETA

Pois claro que fui aos Globos de Ouro!
Mas estou sentida! Imaginem só que nem me convidaram para o beberete depois dos óscares. Foram todos comer percebes e beber Moêt para aqueles estabelecimentos começados por Kappa e nós ficámos a ver passar navios … mas fui com a Valentina comer um cachorrão e beber uma bejeca à roulotte, que não somos de nos ficar!
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Sempre fresca!

Ai filha, os anos por ti parece que nem passam. Estás igualzinha ao dia em que te conheci. Não sei se é dos Favaios ou coisa de genes, mas estás pra aí mais enxuta que muita jovenzinha.
Olha filha, bem sei que não tenho a mão das comadres para a culinária, mas não podia deixar passar o dia sem te oferecer o tradicional bolinho.
Por favor telefona às restantes, que eu não tenho dinheiro no telemóvel, e diz-lhes para cá virem comer uma fatia, que o Porto ofereço eu.
Beijinhos,
Bárbara estaba muy guapa!
quinta-feira, 14 de maio de 2009
A vingança é um prato que se come à moda da Pomba

- Carago, se eu fosse mamalhuda e bruxa, hoje não havia quem me segurasse!
A Cotovia traz boas novas!
Sozinha no palacete, Pomba esforça-se por lhe chegar a tempo.
Estou sim, diz em guincho, enquanto a chinela do pé esquerdo se enrola no tapete persa da entrada, os joelhos flectem, e em modo de voo, estatela-se no piso térreo com grande alarido.
- Estou?... estou? ... estou? - vai repetindo, em tom crescente, a voz grossa do outro lado da linha.
Pomba recompõe-se com urgência e repete um - Estou sim? - carregado de dignidade.
- Estou a falar com a Dona Maria da Pomba?
- Sim – responde Pomba embevecida pela interrogação masculina.
- Daqui Inspector Cotovia.
- Desculpe?! – replica Pomba
- Cotovia … das Finanças.
- Ahhh!! – Exclama sem vigor Maria da Pomba, novamente desanimada com o rumo da sua vida.
- Estou a contactá-la porque temos novidades sobre o seu processo.
- Ai sim! – Pomba sente as pernas novamente fracas – e então?
- Uma maldade!
- Desculpe?!
- Foi o que lhe fizeram! Uma vergonha. Pura maldade. Não encontrámos nada! Isto há gente para tudo. Tomara nós aqui no serviço encontrarmos mais cidadãos como a seu dona Maria da Pomba. Tem um registo que é um brinquinho! Digo-lho eu, sim porque em 25 anos de serviço nunca tinha visto uma coisa assim. Que maravilha!
Pomba sentiu-se a rejuvenescer. O espírito ganhava novo alento. A sua “Guerra das Estrelas” estava de regresso.
- Então e agora? – perguntou sem esconder a alegria que assaltava o espírito e lhe tornava a voz mais gaiata.
- Agora pode regressar ao trabalho – respondeu de pronto o Cotovia – só tem de passar aqui pelo serviço, para assinar uns papéis e eu lhe devolver as chaves. E pronto. É só.
- Ainda bem. Estou vou já pra aí !– cantarolou Pomba.
- Cá a espero – retorquiu Cotovia em idêntico tom de alegria.
- Então até já!
- Err … seu Dona Pomba.- Sim, Inspector Cotovia?
Pequeno silêncio.
- Sabe ... errr ... queria perguntar-lhe ... Pronto, queria perguntar-lhe quanto é que a seu dona Pomba leva por consulta? É que sabe, ando cá com uma rapariga fisgada. A Maria Ermelinda da farmácia ali do Bairro de Jesus, está a ver, aquele que fica ali entre ……
(entra som de faduncho para terminar a cena)
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Liquidação total em todos os bibilotes!

Foi por isso com algum êxtase, e uma leve taquicardia, que hoje à tarde, ao passar pelo mini mercado da Felismina e do Eliberto, se deparou com as mais bonitas palavras que seus olhos avistaram nos ultimos tempos "Só hoje - Liquidação total em todos os bibilotes!".
Resoluta entrou e duma assentada, comprou três novos ornamentos para o salão do Palacete.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Quem vê faces, não vê corações!
Bêbada*?
Ai já se diz tudo aos amigos?
Maria da Pomba! Quem te viu e quem te vê! Agora que estás no Faciesbook tens a mania que só te dás com gente 2.0, julgas-te superior?
Vocês vão ver o que são maus fígados. Ai se vão.
São muito importantes, convidei-as para um petisco na tasca do Manel, nem se deram ao trabalho de responder (excepto a lampeira da Maxi, que também não é de fiar). Mas não, agora só querem ir para as redes sociais, passam o dia naquilo (bruxas!).
A Maria da Pomba já se sabe, à conta das suas previsões estrelares já tem uns duzentos e cinquenta amigos no Facies. Cá para mim ainda aceitou como amigo o tal inspector da DGCI que a pôs em trabalhos. Isso não viu ela nas estrelas, ah pois não. A Maximina outra tal. Aquela língua afiada não trabalha sem matéria. Sugou a sabedoria em redes de Vanderlei e já deglutiu todos os podres do Jet 2.0. Eu até acho que aquela cusca tem uma avença com o Sapo, e que é ela que inventa aquelas sandices do portal fama. Ora, quem é que pode acreditar que a D. Filipa de Lencastre posou para a FHM? Sinceramente. E não quero ser intriguista, que já temos que baste, mas aposto que a espanholita também passa os dias no Facies. Ou no Twitter, following Nel Monteiro e toda a comunidade Pimba. E a dar autógrafos com assinatura digital. Ai, dios mio, que diria Consuelo se fosse viva. De Vanderlei nem falo. Aquilo é um entra-e-sai nas redes. Além disso mete-se em coisas estranhas e arrasta as outras. Vocês não acham estranho que a Vanderlei, tal qual a Laurinda Alves, se tenha afeiçoado a um boneco diferenciado, por ser de cor, e dormir com a Luciana Abreu. E fundou um clube de fãs do dito Nenuco?
É muito estranho.
E eu, sinto-me discriminada e triste (e roída de inveja).
Agora, velhacaria mesmo, assim de amizade, foi o que a Santinha me fez.
Perguntei-lhe,
- Santinha, filha, vamos passar uns tempos juntas. Topas uma romaria até Fátima?
- Ai, Maria de Lurdes, este ano não vou. Sabes, vou seguir o 13 de Maio pelo Twitter…
Nem quis ouvir mais, foi uma machadada no coração. Pela primeira vez que decido ir a Fátima (já tinha pensado em tudo, inclusive, um espumante no ‘Pedro dos Leitões’ e um giro até aos ‘Três Pinheiros’), predisposta a palmilhar meia auto-estrada, em fazer promessa para deixar o álcool (será que fiz confusão, ou diz que a cannabis vai ser legalizada?!), aquela santa do pau oco deixa-me pendurada! Olhem, mulheres, se eu tivesse aqui um daqueles bonecos do Vudu, agora, picava-vos as bundas. Que é para verem o que dói. Ser preterida por essa gente 2.0. Logo eu, uma locutora de continuidade.
Moderna, vê-se logo.
Passem bem!
(Limpo uma lágrima, que me escorre em câmara lenta, e pára quando dão anúncios na tv)
* ou eu estou com os copos, ou tinha ideia de ter lido "bêbada" onde agora se lê "sacana" :))
Gurosan, o melhor parceiro da manhã seguinte
Com ajuda do tacto prossegue para a casa de banho, tentando a todo custo evitar o raio da dança das mobilias. Em glória, alcança o lavatório, onde se agarra com firmeza. Olha-se ao espelho, e por momentos está certa que reencarnou o falecido pai. Volta a fechar os olhos, e recorrendo uma vez mais à preciosa ajuda das mãos, abre o armário, estilo Luís XV, onde guarda as mézinhas e as drogas facilitadoras do bom humor. Em modo de apalpação procura o fasquinho milagroso. Perante o insucesso, acede e abre os olhos para assegurar uma melhor busca. Os poros começam a dilatar, o suor emana-lhe das entranhas e um estranho cheiro de licor empesta a casa de banho. Sente o pânico a surgir. Tenta salivar mas a boca sabe a palha. À cabeça regressam as palpitações, ao mesmo tempo que a informação ganha solidez.
- FODA-SE! - grita Maria da Pomba, indiferente ao latejar no interior - emprestei a última embalagem de Gurosan à sacana da Maria de Lurdes!
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Pomba amargurada
- O do costume seu dona Pomba?
A pergunta do Manel da taberna, afastou-a por momentos, do chorrilho de impropérios que lhe assolavam a alma e o raciocínio.Fez um esgar de dor e desdém, e com um gesto de mão apontou-lhe para a garrafa de Licor Beirão, arrumada na prateleira imediatamente por cima da máquina de café.
- Com duas pedras de gelo. Num copo balão. Lá para fora, para a esplanada – acrescentou-lhe dirigindo-se para a porta.
Arrastou-se até à mesa, onde repousou com excessivo desânimo os despojos do seu sonho sobre rodas. Sempre tinha tido queda para o melodrama, e situações de stress aguçavam-lhe os tiques teatrais. Não bastando esta confusão havia ainda a questão das amigas. As comadres. Desde a maldita hora que colocou anúncio para contratar um mordomo, que não as aguentava. Começou logo pela Linda, a menosprezar as questões dos astros, levando as outras pelo caminho da tentação carnal. Depois o tipo é gémeos, com ascendente de Touro, e estamos todas tramadas. Mas isso elas não querem saber, nã, o importante para elas é assegurar que o homem seja isto e aquilo, e que vista aqueloutro, e que faça ginástica e mais não sei quê. Com isso é que elas se ralam, a Pomba que se preocupe com a piscina!
- Ò Manuel traz mais outro. Bem servido! – gritou entre pensamentos.
Quer se dizer, tinha ela alvitrado a hipótese de se contratar alguém que a ajudasse na limpeza geral e a não ter de aturar as confusões da Maximina e da Santinha, e agora era o que se via. Todas malucas e incontroladas! Até a Maria de Lurdes, sim a Maria de Lurdes uma mulher dum certo estatuto social, estrela de TV, e a preocupação dela era que a criatura fosse um interno. Um interno, por Deus! E a Vanderlei, até a Vanderlei, parecia esquecida do seu Pipo, por conta do raio do mordomo.
Maria da Pomba sentia-se derrotada. Não esperava esta atitude das suas amigas.
Mas o cúmulo dera-se na semana passada quando a Maximina tinha tido a audácia, sim, a vergonhosa audácia de a comparar à Maya. À MAYA!!!!!! Logo essa remelosa da cartomancia e das operações às mamas. Maria da Pomba sabia que já não era um avião, mas o seu par de, ainda, viçosas mamas não era fruto de nenhuma intervenção plástica. Era tudo dela, tudo, mas mesmo tudo.
E a última! Não sabia o que pensar da última novidade. A novidade da Santinha. Já não bastava o sonho erótico, partilhado em escandalosos detalhes num jantar regado a sangria de ananás, modernices da Vanderlei, agora tinha vindo com a tara do casório. Apre!
Bebeu dum trago o licor fresquinho, que repousava sereno sobre a mesa da esplanada e aproveitando uma fugaz aparição do Manuel no exterior, gritou-lhe:
- Ò rapaz, traz-me a garrafa e o balde de gelo, que está escrito nas estrelas que a minha estada hoje na esplanada, vai ser longa!
Manuel olhou para o céu azul, onde o sol espreguiçava os primeiros raios da tarde, e questionou-se sobre as faculdades da seu dona Pomba. Chegou inclusive a hesitar, preparando-se para a interpelar, mas ao voltar-se, viu-lhe a enorme sombra, balanceando-se ao som duma música inaudível, e achou por bem, deixar a conversa para outro dia.
domingo, 10 de maio de 2009
Quem quer casar com a Santinha?
Comadres,
Ando muito preocupada com o tempo. Ultimamente tem chovido muito lá fora e também cá dentro. Pergunto-me vezes sem conta se ainda vou casar e ter filhos ou se vou ficar sozinha para o resto da vida. Não me levem a mal, estimo muito a vossa amizade comadres, não sei o que seria de mim sem as nossas fofocas, mas a amizade é a amizade e o amor é o amor. E eu cá espero sentada pelo meu grande amor mas a verdade é que ele tarda em aparecer. Já sou quarentona, enxuta bem sei, mas quem quer casar com a Santinha?
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Pecado disfarçado de sonho
Comadres,
Desde que falámos na possibilidade de contratar um mordomo que não consigo dormir descansada. Todas as noites o pecado disfarçado de sonho vem-me tentar. Estou no meio do jardim de camisa de noite branca, ajoelhada a olhar para o céu estrelado quando, por detrás de uma árvore, surge um homem com o corpo musculado, bem bronzeado e sem cabeça. Aproxima-se de mim muito devagarinho como se caminhasse no espaço e começa a tocar-me insistentemente. Tento escapar às suas mãos atrevidas e apesar de o grito sair da minha boca não tem som. O homem sem cabeça e de mãos habilidosas rasga-me, num só gesto decidido, a camisa de noite e força-me a deitar-me na relva molhada. Todos estes movimentos acontecem em câmara lenta e apesar da minha resistência não consigo evitar que o seu corpo se posicione sobre o meu. É então que…acordo, banhada em suor.
Alguma das comadres sabe interpretar este sonho?
terça-feira, 5 de maio de 2009
FEIRA DO LIVRO 2009
Também comi por lá uma fartura mas estava um ‘cadito oleosa. E depois sentei-me à sombrinha a arrotar de azia, por causa da fartura e descalcei as croques para arejar os pés. Cheiravam mal por causa da viagem e uns miúdos atiraram-me outra vez com pedras, enquanto me chamavam bruxa. Chorei e disse-lhes: “Ouçam lá ó pirralhos do caralh… Vocês não vêem que eu também tenho sentimentos. Vão-se fod… Ó badamecos de merd…”. Passa uma senhora com uma criança a quem tapa os ouvidos para ela não ouvir o que os meninos maus me tinham dito. E então eu disse-lhe: ‘tás a ver menina – isto já no caminho do bem ao próximo. Quis logo ensinar alguém ALGO útil e comecei por aquela menina linda moreninha e amandei-lhe com este ensinamento: “Aprende que não se deve ser como estes putos do caralh… Fod… Ouvistes?” E a mãe acelerou o passo horrorizada, porque os miúdos lá ao longe corriam com ar demoníaco.
Tenho saudades vossas queridas. Quando nos encontramos? Levava os livros para vos mostrar, especialmente o das badalhoquices, dizíamos “blergh” em coro enquanto rezávamos uns terços e depois a Suzi cantava umas músicas, a Lourdes fazia de conta que nos contava as notícias da actualidade – mas só coisas giras e emocionantes, tipo doenças e assim. – a Santinha contava-nos do retiro por onde andou e a Pomba deitava-nos as cartas a ver se isto está em vias de arribar. Vanderlei, tu eras menina para trazer o kit de esteticista e cuidavas da nossa bileza. Que acham? Até já que vou ali tratar da horta. Um xizinho daqueles queridas. Maxi.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Éleméte
Pensei para mim mesma, Vanderlei, tu mereces. Quem troca assim o élméte por uma latinha qualquer, merece ter os chávôs colados à fronha e a cheirar a mijo de gato. Mas, amigas, estou desolada.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Back
Ai, e o nosso mordomo tem de fazer ginástica. Mas à nossa frente. Nada de ginásios cheios de galdérias vestidas de lica e sepondexe. Assim, à nossa frente, enquanto vemos a novela. Assim, regalávamos uma vista com o Mário Garcia enquanto contávamos os agachamentos do mordomo com a outra.
Beijas para todas,
V
Lombos de pescada com gambas e bechamel
Venho pior que estragada ensinar-vos esta receita, vocês sabem lá o que me sucedeu. Fui ao talho, estava lá o Quim da Marcenaria e eu cá não sou de intrigas, mas bêbado que nem um cacho. Diz que lá foi comprar umas hamburgas à mulher que ‘tadita tem estado de cama, com uma virose. Ora, sei eu bem o que ela tem, ela já não pode aturar mais aquele homem sempre com aquele bafo de uva fermentada, e depois diz que se sente mal e tem umas febres, quando o que ela quer é ver se ele lhe deixa a labita. E então, lá estava ele para comprar as hamburgas, com a senha anterior à minha, porque correu o desgraçado quando me viu a aproximar da porta. Já não sabem ser cavalheiros. Passa aí um minuto e ele deslarga-se a primeira vez. O Tó do Talho coitadinho que desde que levou o coice do cavalo do Zé Tolas (a quem não fala desde essa altura, o que cá para nós o cavalo foi só um pretexto, já desde a escola que eles não se engoliam), não tem olfacto mas eu tenho-o e dos apuradinhos e era um pivete que não se podia estar dentro daquele talho. Ora, o que é que eu faço para ver se ele se toca, amando-me com esta: “Ó Tó tens de desentupir a fossa que está aqui um pi que não se pode”. O Quim ri-se e finge que não é nada com ele e continua no registo das serenas (que como sabem são aquelas bufas muito mal cheirosas, que saem de fininho sem ruído). Eu não desisto e volto à carga: “Ó Quim não lhe cheira aqui mesmo mal? Quase que parece que algum de nós se deslargou!” O Quim vira-se e diz-me, vocês vejam a lata do homem: “Na volta foste tu Maximina, toda a gente sabe que sofres daquela doença do cólon irritável ou lá o que é”. Fui-me aos arames, dei-lhe um encontrão ao passar por ele, disse um adeus rápido ao Tó que já não podia com o cheiro e vim-me embora, razão pela qual, em vez de fazer a língua de vaca, que vos ensinarei noutro dia, resolvi descongelar os medalhões de maruca que tinha no Frederico. É que nem me apetece falar de tão arreliada que fiquei. Por isso deixo-vos apenas com a receita comadres, está bem? Conversamos mais noutro dia. É que já estou atrasada porra. Vem cá almoçar a neta da minha irmã e eu quero que isto fique mesmo bom, para ela não ir depois dizer avó (que toda a vida teve inveja de mim. Toda a vida. Ai o que eu sofro com isso.) que a tia-avó não sabe cozinhar. Sei cozinhar muito bem e é como vos digo: prático e requintado. Mas não o aprendi no findo programa do Sebastião (Ai Nelinho Goucha as saudades que tenho tuas na fase pré Teresa Guilherme. Ela deu cabo da tua pureza Gouchinha…) aprendi-o pela Sofia Antunes que por sua vez aprendeu com a sobrinha que veio da Madeira dar aulas para o Continente. E então é assim:
- Descongelam os medalhões
- Colocam-nos num tabuleiro com cebola picada e azeite
- Temperam-nos com pimenta, noz moscada e sal
- Regam com molho bechamel Pingo Doce que é muito bom. (2 pacotes)
- Colocam gambas congeladas (que dão menos trabalho) ou compram-nas já cozidas adivinhem onde? Todas juntas: NO PINGO DOCE.
- Levam ao forno a gratinar.
Acompanham com legumes cozidos, se eu quisesse agora ser brejeira dizia-vos grelos, mas vocês sabem como eu me pauto pela discrição e pelo humor subtil. Ai se pauto. E também com um arrozinho branco.
Olaré depois digam lá se não fica do melhor.
Bons cozinhados!
(Num belo cozinhado meteu-se a Tareca, a gata da Ermelinda que viu o que eu também vi, ai se ela falasse…)
Xizinho grande a todas.
Maxi.
terça-feira, 28 de abril de 2009
E gémeos?

Estava a pensar que o homem devia ser um interno. E fica tão bem dizer, temos lá em casa um interno! Arranjamos-lhe um quartinho jeitoso nos fundos do palacete e temo-lo de manhã, à tarde e à noite. É que dá muito jeito, falo por mim, não dispenso que me sirvam um chá à noite e um whisky ao serão. Agora deixem-me que vos diga, a coisa não está nada fácil, é uma dificuldade encontrar um nativo escorpião!!! Ó Comadre Pomba, não serve um touro ou até mesmo uns gémeos? outro dia apareceu cá um jovem asiático que me disse ser macaco. Era um figurão, um Jackie Chan. Mas logo por azar era do Zodíaco chinês. Tive que o recusar. Olhem, já não sei o que faça?! ainda temos o problema do Ulisses, raio do canino, embirra com tudo o que é gémeos e glúteos. Pois tem mordido nos rapazes! faz-se de sonso, gane um bocadinho e assim que um candidato se baixa para lhe afagar as pintas, pimba! E eu sou tão distraída, só agora reparei que o bicho também tem os dentes doirados ....
Comadrio, temos que nos reunir para tratar desta pendência do mordomo. Entretanto vou costurando a farda para o rapaz, ui, que linda! Um modelito grego para o Verão e um conjunto escocês para o Inverno. Suzi, querida, havias de me ajudar com tu gusto. Estou um pouco sem ideias e o Vanderlei não me tem ajudado, na volta marchou-se a Madrid (agora que a dona Léti anda ocupada com a dona Bruni, e o Felipinho mais solo). Também não tenho visto a Pomba, diz que foi à Pampilhosa visitar o Doutor Raposo. A Santinha acha os meus modelos ousados e a Maxi põe defeitos em tudo. Ai, ai.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Precisa-se de Mordomo!
Dá-se preferência a candidatos sem vida familiar organizada, de mente aberta e disponiveis para horários flexiveis.
É igualmente factor preferencial serem do signo Escorpião (fogosos, credo!) com ascendente Sagitário (que combinação!), que saibam rezar/cantar o Avé Maria, tenham conhecimentos profundos sobre a família real espanhola, saibam encarnar personagens, e exímios conhecedores dos programas da RTP Memória.
Factor de exclusão: ter medo de cães.
Oferece-se experiências de vida e um salário acima da média.
Para mais informações ou submeter curricula utilizar a caixa de comentários adjacente.
Cumprimentos,
O que se vai ouvindo no Palácio

Finalmente descobri o albúm do tal do Rodrigo Leão, que traz na capa a nossa bonita mobília da entrada. Só é pena terem cortado da foto o Ulisses. Logo quando eu lhe tinha limpo com esmero as unhas doiradas.
Eu bem vos digo que está escrito nas estrelas que o nosso palácio um dia ainda vai ser muito conhecido!
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Trago Fátima no coração

Amigas, venho outra. Cheia de luz e totalmente purificada de Fátima. Com a alma tão leve que nem a sinto. O corpo é que vem tão dorido, o autocarro deu-me cabo das costas. Para evitar as más-línguas esclareço já que o dinheirinho para esta viagem espiritual veio directamente das minhas poupanças: tenho andado a poupar, tostão a tostão, há tanto tempo que já nem me lembro desde quando. Este périplo a Fátima era um sonho antigo e também uma promessa que acabei de cumprir, graças a Deus. É por isso que venho aliviada, sinto-me uma pena a voar ao sabor do vento. Já sei, já sei, lá estou eu a escorregar para a poesia, mas é mais forte do que eu. O que eu sei é que estava com muitas saudades da nossa terra e sobretudo das comadres.
Então, e há novidades por aqui?
Ai meu pai que não posso com as costas.