quarta-feira, 29 de abril de 2009

Lombos de pescada com gambas e bechamel

Comadres já sabem esta receita? É muito prática e sofisticada. Faz-se rapidamente. É coisa para “Dificuldade” = 2 colherzinhas de pau e “Tempo de preparação” = 30 minutinhos (no máximo) sem contar com o tempo de preparação (que são aí mais 30 minutos com o forno a 200 graus).

Venho pior que estragada ensinar-vos esta receita, vocês sabem lá o que me sucedeu. Fui ao talho, estava lá o Quim da Marcenaria e eu cá não sou de intrigas, mas bêbado que nem um cacho. Diz que lá foi comprar umas hamburgas à mulher que ‘tadita tem estado de cama, com uma virose. Ora, sei eu bem o que ela tem, ela já não pode aturar mais aquele homem sempre com aquele bafo de uva fermentada, e depois diz que se sente mal e tem umas febres, quando o que ela quer é ver se ele lhe deixa a labita. E então, lá estava ele para comprar as hamburgas, com a senha anterior à minha, porque correu o desgraçado quando me viu a aproximar da porta. Já não sabem ser cavalheiros. Passa aí um minuto e ele deslarga-se a primeira vez. O Tó do Talho coitadinho que desde que levou o coice do cavalo do Zé Tolas (a quem não fala desde essa altura, o que cá para nós o cavalo foi só um pretexto, já desde a escola que eles não se engoliam), não tem olfacto mas eu tenho-o e dos apuradinhos e era um pivete que não se podia estar dentro daquele talho. Ora, o que é que eu faço para ver se ele se toca, amando-me com esta: “Ó Tó tens de desentupir a fossa que está aqui um pi que não se pode”. O Quim ri-se e finge que não é nada com ele e continua no registo das serenas (que como sabem são aquelas bufas muito mal cheirosas, que saem de fininho sem ruído). Eu não desisto e volto à carga: “Ó Quim não lhe cheira aqui mesmo mal? Quase que parece que algum de nós se deslargou!” O Quim vira-se e diz-me, vocês vejam a lata do homem: “Na volta foste tu Maximina, toda a gente sabe que sofres daquela doença do cólon irritável ou lá o que é”. Fui-me aos arames, dei-lhe um encontrão ao passar por ele, disse um adeus rápido ao Tó que já não podia com o cheiro e vim-me embora, razão pela qual, em vez de fazer a língua de vaca, que vos ensinarei noutro dia, resolvi descongelar os medalhões de maruca que tinha no Frederico. É que nem me apetece falar de tão arreliada que fiquei. Por isso deixo-vos apenas com a receita comadres, está bem? Conversamos mais noutro dia. É que já estou atrasada porra. Vem cá almoçar a neta da minha irmã e eu quero que isto fique mesmo bom, para ela não ir depois dizer avó (que toda a vida teve inveja de mim. Toda a vida. Ai o que eu sofro com isso.) que a tia-avó não sabe cozinhar. Sei cozinhar muito bem e é como vos digo: prático e requintado. Mas não o aprendi no findo programa do Sebastião (Ai Nelinho Goucha as saudades que tenho tuas na fase pré Teresa Guilherme. Ela deu cabo da tua pureza Gouchinha…) aprendi-o pela Sofia Antunes que por sua vez aprendeu com a sobrinha que veio da Madeira dar aulas para o Continente. E então é assim:

- Descongelam os medalhões
- Colocam-nos num tabuleiro com cebola picada e azeite
- Temperam-nos com pimenta, noz moscada e sal
- Regam com molho bechamel Pingo Doce que é muito bom. (2 pacotes)
- Colocam gambas congeladas (que dão menos trabalho) ou compram-nas já cozidas adivinhem onde? Todas juntas: NO PINGO DOCE.
- Levam ao forno a gratinar.

Acompanham com legumes cozidos, se eu quisesse agora ser brejeira dizia-vos grelos, mas vocês sabem como eu me pauto pela discrição e pelo humor subtil. Ai se pauto. E também com um arrozinho branco.

Olaré depois digam lá se não fica do melhor.

Bons cozinhados!

(Num belo cozinhado meteu-se a Tareca, a gata da Ermelinda que viu o que eu também vi, ai se ela falasse…)

Xizinho grande a todas.

Maxi.

6 comentários:

  1. Comadre! as receitas dão um jeitão! não para mim, está claro, que tenho alergia a tachos, mas para certas mães stressadinhas, que andam sempre a correr de um lado para outro.

    2 colheres de pau e 30 min (no máximo) é xalente!

    O que é que a menina quis dizer com aquilo da Tareca? não me diga que é nojices com a comida?

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  2. Ai Maria de Lourdes se eu fosse outra contava-te. Mas tu sabes (e só tu sabes) como eu sou discreta e como eu preservo a intimidade alheia. Por exemplo, odeio aqueles gajos (comé que diz: os parapazis ou que é) que tiram as fotografias das revistas todas que eu compro e que me mataram a lady Di. (E é que eles já não pagam o que pagavam. No outro dia apanhei com o telemóvel a Rita Pereira e o Angélico a dividirem as coisas da Hello Kitty e eles deram-me uma ninharia pelo registo, os cabrões. Odeio-os mesmo.) Portanto o que te digo é que não estás longe e se fores a casa da Ermelinda não fiques para jantar mesmo que ela insista muito! Quem te avisa tua amiga é! Xizinho 'miga Loulou.

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  3. Ai, filha, chama-me Lourdes que é muito mais santo, isso de Loulou faz-me lembrar um perfume de ir ao vómito.

    Ainda bem que me avisas, desafortunadamente já cravei um ou outro jantar à Ermelinda, ai que nojo, a bardajona. Doravante irei jantar à tua casa, minha querida e prendada comadre.

    Um xizinho, vá então.

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  4. Tu não me digas que tens preconceitos com esse perfume. Quem o usava era a Rita Vilela lembras-te? Dizia que era virgem... E nós tudo bem fingíamos que sim, que não a tínhamos apanhado a fazer reanimação ao Elídio. E se ele estava reanimado. Quanto a teres jantado na Ermelinda, que nojo realmente. Vem filha, vem sempre que quiseres que a minha casa é a tua casa, sabes bem. Sempre tua. Maxi

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  5. Ai Chica, que se tu não és bruxa, fazes-te! E não é que eu estou a preparar a janta e adivinha o que é? Medalhões de pescada, persupuesto! A receita não é igual à tua, mas olha que não fica atrás no requinte. Também leva camarões, ah pois, que com a Linda de Suzi é tudo do bom e do mejor! Só não são do Pingo Doce, que eu sou mais de Mini-Preço! Olha, isto para te dizer que me emocionaste com a coincidência. Parece que as comadres andam sempre em sintonia. Olha, prontos, já me lembrei daquela música... A da Lara Li... Telepatiiiiaaa, silêncio, calma... Feitiçaria (lá está!) da tua alma... Prontos, agora não me vai sair isto da boca!

    Me voy, comadres, que os medalhões ainda queimam! Se quiserem apareçam mais logo para um chá. Hoje tenho cá a minha menina a jantar, apareçam para dois dedinhos de conversa. Besos.

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  6. Linda de Suzi pois que sou bruxa sou. Além do péssimo feitio que tenho que dá para os miúdos na rua me atirarem pedras e me chamarem bruxa (o que também é capaz de estar relacionado - além de eu ser uma cabra, passo a expressão - com a verruga com pêlos que possuo no queixo) sou dada a adivinhações ai pois sou e cheirou-me a peixe para os teus lados. Quando é que nos reunimos no palácio para limpar o pó ao cão de loiça e pormos a conversa em dia? Já é tempo de combinarmos um evento de comadres. Como só vi esta missiva hoje não passei em tua casa ontem para os bolos. Mas ficas a dever sim? Xizinho querida.

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