quinta-feira, 9 de abril de 2009

Amizades Inesperadas

Maria da Pomba conheceu Vanderlei na repartição, um dia que por lá passou para comprar o impresso do selo da “Guerra das Estrelas”, a auto-caravana que durante anos acolheu o seu famoso ambulatório astrológico. O estilo exótico e solto de Vanderlei, conquistou-a de imediato. Maria da Pomba era mulher vivida, diremos mesmo, experiente. Afinal os anos de exército a patrulhar pequenas aldeias do interior e as zonas florestais de maior dimensão, tinham-lhe dado a adequada vivência, mas Vandy, nome carinhoso, era diferente. Excêntrica por demais, até mesmo para alguém “do Mundo” como Maria da Pomba. Nos dias seguintes viu-se compelida para o guichet de impressos da repartição, onde passava horas na mais agradável das conversas, não obstante o volume imenso de trabalho da sua amiga. Não sabia bem porquê, mas Vanderlei remetia-a para o conforto das memórias de vida no exército. A cumplicidade nas camaratas. Foi com Vandy que descobriu os segredos da família real espanhola, e os podres da “nova” princesa do povo. Não percebe a paixão ardente de Vanderlei pelo Príncipe Filipe, mas não a quer aborrecer, e mostra-se igualmente deslumbrada pela figura.
Para lhe agradar borda-lhe lenços do namorado, quase sempre em torno das mesmas rimas:

Pipo, Pipinho
Amor bem limpinho
Vagueias sem mim
como um pintinho
volta meu amor para o teu Vandyzinho
seremos felizes
e com muitos miminhos

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